A caravela
E depois da tormenta de ver o outro lado do cabo tão próximo, tão ao meu alcance, de não saber se o vento me ia aguentar as velas, eis que consigo dobrar a terra e chegar ao outro lado. Estou em terra firme de novo. Ou finalmente talvez. Passou a ser de novo mais importante a menina que vejo no caminho a brincar com o gato ainda mais pequeno que ela do que o betão, os carros e as suas buzinas ridículas, o fumo dos escapes que matam o verde, as pedintes romenas que invadem o semáforo, o cinzento quase irrespirável. Estou de novo no bom caminho. O balão não rebentou mas agora atónito ainda não recuperou o fôlego. A seu tempo.