Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

quinta-feira, fevereiro 28

De novo os taxistas...

Os taxistas deviam saber que o que estamos a alugar temporariamente é o respectivo táxi e a capacidade de nos levar o mais rapidamente ao sítio pedido. Não estamos a pagar para conversa nem para que nos perguntem qual o caminho.

domingo, fevereiro 24

Trabalhos...

Somos todos uns miúdos muito verdes ainda a aprender tudo mas alguns já ganharam (ou sempre tiveram) os piores tiques dos mais velhos. A competição, a mania do «eu é que sei», o preconceito e, talvez o pior de tudo, a ignorância e os olhos invisíveis.

E muitos dos mais velhos também não têm sido exemplo.

terça-feira, fevereiro 19

Estados

O ser humano é de facto uma criatura fantástica e misteriosa. De um momento para o outro é capaz de criar capas e construir mantas que o ajudam a proteger-se do que o rodeia. É como se não sentisse, não ouvisse ou não observasse, mesmo estando lá, no habitat de todos os dias, é como se não sentisse os problemas e os obstáculos, como se saltasse entre nuvens e passasse entre as gotas da chuva. Tornando-se insensível ao que se passa ao lado, de forma a ultrapassar uma fase menos boa, apenas preocupado com o destino no final da ponte de cordas. Ignorando os alçapões, as lianas enlaçadas, os buracos, as covas, os poços de ar e todas as coisas que fazem mal.

De um momento para o outro de buraco negro a estado zen, sem meia estação.

domingo, fevereiro 17

Livro de reclamações andante

Por tudo e por nada reclamamos. Mas ainda mais reclamamos daqueles que tomam atitudes para alterar o curso das coisas.

sexta-feira, fevereiro 15

Concordo

«Desde que mudaste de horário e funções andas inseguro, esquisito e a perder a descontracção.» Têm toda a razão…

quarta-feira, fevereiro 13

Cidade de ferro

O fim-de-semana no Porto, mais que desejado, era mesmo vitalmente necessário. Para escapar das confusões de Lisboa, para mudar de cenário e de actores, para camuflar um pouco o fatal cruzamento de quinta-feira. E para mergulhar na cidade escura, de pedra dura, no rio que mais parece um riacho privativo para quem está habituado ao mar do Tejo, na Foz tão ali à mão e no sol que resolveu aparecer, nos jardins revitalizantes de Serralves, no odor da madeira histórica da livraria, no cheiro de adega do cais, no ferro que domina a cidade. Mas sobretudo na reinvenção de uma vida, mesmo que apenas por três dias.

terça-feira, fevereiro 5

O ciclo continua

A régie estava às escuras, como sempre àquela hora. Apenas a luz do computador e os sinais vermelhos dos telefones. Entras para despedir-te. Até quando não sabemos. Digo-te as palavras de circunstância, que apesar de o serem são verdadeiras e sentidas. Que espero que tenhas aprendido alguma coisa. Que não desistas. Que é sempre injusto. Que passou a correr. E que contes comigo.

Mais uma estagiária que passou por nós e que vai embora. Desta vez foste tu, Daniela. Algumas antes de ti, mais estão para chegar. A escravatura dos tempos modernos continua. E o mais grave é que todos parece que a aceitamos como algo normal.

Grande filme II

«A vida é como a espuma. Por isso entrega-te como o mar.»

Y tu mama también

Grande filme I

«A felicidade só é real quando partilhada.»

Into the wild

Tic-tac avariado

Quando no início do ano me informaram que ia mudar de horário pensei: ok, é uma experiência, algo novo, e rapidamente me vou adaptar e normalizar. Há que ser flexível. Mas não. Passado este período primeiro tenho receio de desaprender a estar com pessoas, a fazer coisas normais a horas normais. E ando cansado, muito cansado. E a música dos Humanos volta a soar lá ao fundo…

E não se pode exterminá-los?

A maior parte dos taxistas não percebe que estamos a alugar o carro e o tempo de percurso, não a companhia.

Sem pipocas mas com 'bocas'

E de repente todos os espectadores sentem-se em casa e comentam o filme que estão a ver. Please, keep it to yourselves.

Família com castanhas

«Não podíamos ter melhor primo.» - e desta forma um simples sms fecha uma noite perfeita, daquelas que já tinha saudades, com vista para o Castelo.

Paranóides Andróides

Algumas semanas sem internet em casa e o a angústia subiu. É incrível como nos mudámos desde há alguns anos para cá, quando viver sem telemóvel e sem internet era o mais normal para o comum dos mortais.