Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

quinta-feira, janeiro 8

Merkel, estás a ficar igual a quem não queres ser comparada

Enquanto a senhora Merkel não confirma nem desmente, todos podemos especular se o que se diz sobre a eventual saída da Grécia da zona Euro e até da União Europeia é ou não pressão sobre os eleitores gregos. Uma manobra para assustá-los e a avisá-los para não votar no Syriza (que dizem querer um caminho diferente) e a continuarem a aposta nos disciplinados e cumpridores conservadores da Nova Democracia, partido no poder.

Mal ou bem , no meio disto, cheira a mofo. Os votos contam e a democracia funciona se tudo correr como quem manda espera. Se não correr, roda e bota fora. É impressão minha ou isto assemelha-se a uma ditadura que aquele senhor com a mesma nacionalidade de Merkel e com um bigode ridículo instaurou há umas décadas, em que quem não concordava era posto de lado? Na altura quem não era igual era gaseado. Agora é posto de castigo, com orelhas de burro, a olhar para a parede.

terça-feira, janeiro 6

O verdadeiro tuga

Ainda não entrou de facto em vigor a nova legislação sobre a utilização dos sacos de plástico nos supermercados (e taxados a 10 cêntimos segundo as novas regras) e à boa maneira portuguesa (para não dizer ‘tuga) já há quem esteja a tentar contornar a lei. Consta que estão a ser fabricados sacos que não se insiram na categoria que possam ser taxados pela chamada fiscalidade verde e assim passem incólumes ao novo imposto. Porque o que interessa é ser espertalhão e não ser socialmente responsável, neste caso por respeito ao meio ambiente.

Não está aqui em causa que o Governo queira impor mais um imposto (passando o pleonasmo) e arranje mais uma forma de sacar uns cêntimos. Por melhores intenções que tenha o ministro Jorge Moreira da Silva, o ministro verde, já ninguém acredita muito que foi essa a razão que levou à nova legislação.

O que está em causa é uma mudança (necessária) de comportamentos e uma tomada de consciência ecológica. Mas ninguém (ou quase) parece perceber que devemos pensar no planeta como um recurso esgotável e no mal que lhe estamos a fazer. Ninguém se parece importar com os sacos de plástico, uma das grandes pragas do mundo pós-moderno, que tem criado autênticas ilhas de lixo em alguns pontos do oceano por todo o mundo.


O que parece interessar é ser espertalhão e dar a volta ao Governo (e eu sou insuspeito para dizer isto…). Levar sacos de casa? Ter sacos biodegradáveis, os chamados sacos verdes? Optar por sacos de papel (como tantas vezes vemos nos filmes)? Não, o que importa é ser um verdadeiro tuga.

sexta-feira, janeiro 2

O cheiro do papel

Tenho saudades do cheiro do papel do jornal. Tenho saudades dos dias em que o meu Pai comprava o Diário de Notícias diariamente. Ou de quando estava nas redacções e trazia para casa o jornal ao fim do dia. Sobretudo às Sextas-feiras, depois da Sala de Imprensa na TVI24, em que trazia vários quilos de letras.

Ainda compramos o Expresso cá em casa. Mas o que acho que mudou foi mesmo o cheiro do papel, que já não é o mesmo.