O verdadeiro tuga
Ainda não entrou
de facto em vigor a nova legislação sobre a utilização dos sacos de plástico
nos supermercados (e taxados a 10 cêntimos segundo as novas regras) e à boa
maneira portuguesa (para não dizer ‘tuga) já há quem esteja a tentar contornar
a lei. Consta que estão a ser fabricados sacos que não se insiram na categoria
que possam ser taxados pela chamada fiscalidade verde e assim passem incólumes
ao novo imposto. Porque o que interessa é ser espertalhão e não ser socialmente
responsável, neste caso por respeito ao meio ambiente.
Não está aqui em
causa que o Governo queira impor mais um imposto (passando o pleonasmo) e
arranje mais uma forma de sacar uns cêntimos. Por melhores intenções que tenha o
ministro Jorge Moreira da Silva, o ministro verde, já ninguém acredita muito
que foi essa a razão que levou à nova legislação.
O que está em
causa é uma mudança (necessária) de comportamentos e uma tomada de consciência
ecológica. Mas ninguém (ou quase) parece perceber que devemos pensar no planeta
como um recurso esgotável e no mal que lhe estamos a fazer. Ninguém se parece
importar com os sacos de plástico, uma das grandes pragas do mundo pós-moderno,
que tem criado autênticas ilhas de lixo em alguns pontos do oceano por todo o
mundo.
O que parece
interessar é ser espertalhão e dar a volta ao Governo (e eu sou insuspeito para
dizer isto…). Levar sacos de casa? Ter sacos biodegradáveis, os chamados sacos
verdes? Optar por sacos de papel (como tantas vezes vemos nos filmes)? Não, o
que importa é ser um verdadeiro tuga.
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