Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

sábado, novembro 29

Cinemando

No outro dia fui ao cinema ao Vasco da Gama. Há já muito tempo que não ia a um cinema que não fosse Medeia (o amigo Medeia Card não deixa). Sessão da meia-noite. Saw V. Sala excelente. Cadeiras confortáveis e com espaço para as pernas. Ecran cinco estrelas, com alta definição. Som também do melhor.

Pipocas e Coca-cola. Fauna bem diferente dos cinemas Medeia.

Mas… intervalo? Depois de 20 minutos de publicidade? E de apenas 35 minutos de filme? De facto esta gente não sabe o que é Cinema.

sexta-feira, novembro 21

Qual ouro?

O novo 007 trata da questão da falta de água e do h2o como líquido precioso e a maior riqueza num futuro não muito longínquo. Todos andam desvairados com a crise económica e financeira e com a queda das bolsas e o crash dos mercados. E tudo isso parece tão mesquinho quando comparado com a falta de água, com os desertos a avançar pelo mundo dito desenvolvido, com os animais a morrerem de sede e os humanos de desidratação.

terça-feira, novembro 18

Ready, set, go

Agora que tenho mais tempo e disposição ando verdadeiramente a devorar livros e a pôr em dia a lista de espera. E como é óbvio os livros vão-se esgotando no meu quarto. Neste momento estou a recuperar livros que tinha colocado de lado, por não me terem prendido à primeira, por terem sido comprados num impulso, por não serem prioridade na altura, por múltiplas e várias razões. Porque quando compro um livro normalmente estou a namorá-lo algum tempo antes. Leio e releio a capa e a contra-capa, abro a meio para ler umas linhas, vou embora e volto à livraria uns dias depois, pondero e compro. Mas por vezes chego a casa e ponho-o de lado. Fica numa estante, noutra casa ou na secretária à espera, ganha pó, é limpo, ganha outro pó. E depois começo a pensar nele. Vou buscá-lo. Coloco-o na pole position. E depois começo a ler e percebo que agora era a altura certa para o ler.

domingo, novembro 16

Três frases

Disseste-me no outro dia que tens amigos com quem não falas durante meses. Entendo. Mas para mim é complicado não ter contacto mais frequente.

quarta-feira, novembro 12

Viver para contá-la III

«A noite tornara-se diáfana e fresca sob a lua cheia e o silêncio parecia uma substância invisível que se podia respirar como o ar. Compreendi então o que tanto nos contava o meu pai sem que o acreditássemos, que ensaiava o violino de madrugada no silêncio do cemitério para sentir que as suas valsas de amor podiam ser ouvidas em todo o espaço do Caribe.»

Gabito (Gabriel García Marquéz)

domingo, novembro 9

Seria

«Gosto de ti desde aqui até à lua. Gosto de ti desde a lua até aqui. Gosto de ti simplesmente porque gosto. E é tão bom viver assim.»

André Sardet.

Piroso? Muito. Bonito? Ainda mais.

quinta-feira, novembro 6

Passe e não passe

Situação 1

– Diz que perdeste a carteira. Resulta sempre!

E resultou.

***

Situação 2

– E então que se passa?
– É que não encontro o meu passe…
– Então se calhar vai ter que me pagar 1 euro e quarenta.
– Pois… se calhar não.

E saíu porta fora.

São duas situações passadas com miúdas de 13/14 anos num eléctrico e num autocarro. Tudo bem que estão na idade do armário e da parvoeira, mas daí a passarem por pequenas ladras vai um pequeno passo.

terça-feira, novembro 4

Hinos e hinos

A meio do concerto dos Extreme Nuno Bettencourt ocupa o centro do palco do Coliseu dos Recreios, sozinho, apenas um banco, um foco de luz e a guitarra. E começa a dedilhar o Hino Nacional. O simbolismo cala o Coliseu e engrandece cada um dos presentes, para rebentar no aplauso final. Boa lição para os franceses que assobiam o seu hino. Porque podemos ter um país que quase nunca nos agrada e que muitas vezes nos deixa mal, mas é nosso e é dele que gostamos.

domingo, novembro 2

Viver para contá-la II

«Às vezes encontrava – sempre um homem – e ficávamos até depois da meia-noite nalguma pocilga de má morte, a acabar as beatas dos cigarros que nós próprios tínhamos fumado e a falar de poesia enquanto no resto do mundo a humanidade inteira fazia amor.»

Gabito (Gabriel García Marquéz)