Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

terça-feira, março 13

Miguel

Hoje cumpri o primeiro dia da minha decisão de passar a vir a pé para o emprego. À falta do desporto regular habitual junto o agradável ao agradável e limpo a mente durante aqueles vinte minutos de caminhada, rua acima rua abaixo que a nossa Lisboa é feita de muitas ondas. Pelo jardim vejo turistas a gozarem o nosso sol, velhotes a conversarem sobre o que lhes vai na alma, estudantes a estudarem, pessoas a devorarem livros, cães e gatos, pombos, muitos pombos, gansos e patos. Parece que Noé resolveu juntar ali quase tudo.

Mas o quem me chamou a atenção, quem me prendeu o olhar foi uma criança, que teria cerca de dez anos, a idade do meu primo mais novo. Que sorriso radiante ele tinha, que olhos felizes, que alegria de viver exalava.

Por vezes quero voltar àquela época, à idade do meu primo Miguel, brincar como ele, dar chutos na bola, sujar as calças todas de lama e esburacar os sapatos todos, deitar os joelhos abaixo, saltar em cima da cama, fazer a mochila para a escola no dia seguinte.

Bons tempos que não voltam mais.

3 Comentários:

Às 11:30 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Por vezes também tenho esse tipo de sentimento, vontade de soltar a criança que tenho cá dentro e agir como se tivesse 6 anos de idade.

A idade em que se pode fazer tudo sem qualquer expectativa, simplesmente fazer! Sentir! Viver!

Como é Bom!!!

***
Dark Moon

 
Às 9:34 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

voltam sim!, esse puto está sempre dentro de ti, desde que não o mates e não deixes que o matem.

O ano passado voltei a gostar da água fria do mar como quando era criança.

py

 
Às 12:02 da tarde , Blogger Inês disse...

Andar a pé é óptimo, e quando eu espreitei vinhas com um ar tão sorridente!Não percas esse hábito!
Bj

 

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