Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

segunda-feira, abril 27

Mankind is no island

Este é um must see

http://www.youtube.com/watch?v=ZrDxe9gK8Gk

O Tropfest é o maior festival de curtas-metragens do mundo. Começou há 17 anos em Sydney e no ano passado teve a sua primeira edição em Nova York. O vencedor do ano passado foi este filme que foi totalmente filmado com um telemóvel. O seu orçamento foi de 40 dólares (cerca de 30 euros).

domingo, abril 26

Não somos todos assim?

"Destruir uma embarcação que abandonou o mar é como matar um marinheiro reformado"

sábado, abril 25

Persiste

Há 35 anos...

Os Índios da Meia Praia

Aldeia da Meia Praia
Ali mesmo ao pé de Lagos
Vou fazer-te uma cantiga
Da melhor que sei e faço

De Montegordo vieram
Alguns por seu próprio pé
Um chegou de bicicleta
Outro foi de marcha à ré

Quando os teus olhos tropeçam
No voo de uma gaivota
Em vez de peixe vê peças de oiro
Caindo na lota

Quem aqui vier morar
Nao traga mesa nem cama
Com sete palmos de terra
Se constrói uma cabana

Tu trabalhas todo o ano
Na lota deixam-te nudo
Chupam-te até ao tutano
Levam-te o couro cabeludo

Quem dera que a gente tenha
De Agostinho a valentia
Para alimentar a sanha
De esganar a burguesia

Adeus disse a Montegordo
Nada o prende ao mal passado
Mas nada o prende ao presente
Se sé ele é o enganado

Oito mil horas contadas
Laboraram a preceito
Até que veio o primeiro
Documento autenticado

Eram mulheres e crianças
Cada um com o seu tijolo
Isto aqui era uma orquestra
quem diz o contrário é tolo

E se a má língua não cessa
Eu daqui vivo não saia
Pois nada apaga a nobreza
Dos índios da Meia-Praia

Foi sempre tua figura
Tubarão de mil aparas
Deixas tudo à dependura
Quando na presa reparas

Das eleicões acabadas
Do resultado previsto
Saiu o que tendes visto
Muitas obras embargadas

Mas não por vontade própria
Porque a luta continua
Pois é dele a sua história
E o povo saiu à rua

Mandadores de alta finança
Fazem tudo andar para trás
Dizem que o mundo só anda
Tendo à frente um capataz

Eram mulheres e criancas
Cada um com o seu tijolo
Isto aqui era uma orquestra
Quem diz o contrário é tolo

E toca de papelada
No vaivém dos ministérios
Mas hão-de fugir aos berros
Inda a banda vai na estrada


E hoje...

'Índios' querem ficar na Meia Praia
por LUSA Hoje


Com a chegada de oito hotéis de luxo à Meia Praia, em Lagos, os pescadores conhecidos pelos Índios da Meia Praia reivindicam uma requalificação sustentável para os bairros onde vivem há cerca de 40 anos.

Hoje abre o primeiro hotel de luxo na Meia Praia: o Vila Galé Lagos, um quatro estrelas superior com cerca de 30 milhões de euros investidos pela segunda cadeia hoteleira mais importante do país.

O autarca de Lagos, Júlio Barroso, disse à Lusa que estão na calha mais sete hotéis no âmbito do Plano de Urbanização da Meia Praia, sendo dois deles projectos Potencial Interesse Nacional (PIN).

Os hotéis de luxo são vistos com agrado pelos habitantes do típico Bairro 25 de Abril, mas o presidente da Associação de Moradores, José Bartolomeu, apela ao autarca de Lagos para que em vez da desactivação progressiva do bairro se aposte numa requalificação do bairro dos pescadores em pólo turístico.

Segundo José Bartolomeu, o presidente da Câmara de Lagos devia "pôr olhos na aldeia, que tem quase 40 anos e onde há pessoas muito antigas a viver, e devia transformar o local num sítio a visitar".

Júlio Barroso disse que foi decidida a desactivação progressiva dos bairros mas alega que "está tudo em aberto." No Bairro 25 de Abril há cerca de 50 casas com anexos e cerca de 220 pessoas a viver nelas, mas uma parte dos habitantes - a segunda geração dos índios da Meia Praia, celebrizados numa canção de Zeca Afonso - já partiram para bairros nos arredores da cidade de Lagos.

sexta-feira, abril 24

Faltam alguns minutos

Que a liberdade está a passar por aqui...

quinta-feira, abril 23

O Dia Dele

Hoje é o dia Dele, do Livro. Um excerto do que terminei hoje.

"Mariano Franco, cabelo grisalho, sorriso largo e malicioso, muito mundo na cabeça e nas pernas, disse:
- Foi a solidão. A solidão é como um círculo, onde o princípio e o fim sempre se encontram."

A cara da gente, Baptista-Bastos

terça-feira, abril 21

Chuva suja

Estava no outro dia a andar à chuva e a dizer a uma amiga que era das poucas formas de na cidade estarmos em contacto com a Natureza. Ao que ela me respondeu, e bem, que a chuva na cidade já cai suja.

segunda-feira, abril 20

Dura lex sed lex

Fico fascinado com o espírito justiceiro dos portugueses. Por exemplo, quando vêem um carro em cima de um passeio ou a tapar uma passadeira toca de levantar os pára-brisas. Dura lex sed lex.

domingo, abril 19

Páteos

Parece um cliché de um filme antigo passado em Lisboa mas a verdade é que pelos quintais continua a soar o fado tocado na rádio e as vizinhas a cantar.

sábado, abril 18

Medindo

Era uma vez o homem das medições. Media tudo na vida e tudo girava à volta de números e de cálculos matemáticos. A distância daqui até ali, o custo dos almoços durante a semana, sempre mais caro que os jantares, o tempo que vai levar a ter que cortar o cabelo de novo ou a quantidade de chuva que está a cair naquele metro quadrado. Media mentalmente a distância entre os passeios. O comprimento dos ramos das árvores. Ou o tempo que leva cada cacilheiro a atravessar o Tejo.

O que o homem das medições não mediu foi as consequências de estar sempre a medir tudo menos a importância da sua vida. E assim desapareceu um dia, entre números e cálculos matemáticos, sem ninguém dar por nada.

domingo, abril 12

Parece que (foi) é hoje

Boas festas Aleluia!

sábado, abril 11

Sirenes na cabeça

Porque é que grande parte das músicas que passam na Rádio Comercial, Mega FM, Cidade FM e companhia têm uma aparente sirene da polícia como base? Será para nos prevenir quando vamos de carro a ouvir rádio?

sexta-feira, abril 10

Random thoughts on gym

Não há pior que sair do ginásio, saudável, de pulmões abertos e alvéolos receptivos, e levar com os bafos de tabaco das pessoas na rua.

Não há nada mais irritante do que os armários a zurrar quando levantam 1257 quilos nas máquinas.

Por outro lado...

É giro ver os mais velhotes, 60 e 70 anos, a fazerem musculação e a aproveitarem os intervalos para porem a conversa em dia.

Afinal é mito

Os gordos não são sempre os bem dispostos. Até pelo contrário.

Ele é que sabia

"Deseja tudo, espera pouco, não peças nada."

Stendhal