Crónicas de Leeds – Dia 5
O dia mais frio de todos, até agora. Amanheceu com muito
nevoeiro, em bom português sem se ver um palmo à frente do nariz, e com seis
graus. Tínhamos planeado ir a um santuário da Natureza para a observação de
pássaros a norte de Leeds e o dia cinzento não nos impediu. O verdadeiro
countryside inglês, com campos a perder de vista, com muito verde e casas
senhoriais na paisagem, até chegarmos ao local. E a promessa não desiludiu.
Não
só vimos as mais diferentes espécies de pássaros, desde pequenos com peito
laranja-fogo a maiores com cauda azul-marinho, como ainda minúsculos esquilos,
cisnes, bisontes, para além de patos. À chamada faltaram os veados. Pelo meio
dos bosques que faziam lembrar a ‘Alice no País das Maravilhas’, gigantescas
teias de aranha com fios que pareciam seda, cogumelos dos mais estranhos
feitios, e ainda pântanos e pequenos lagos. Quase que nos podíamos transportar
para a pele de Helen Mirren enquanto ‘The Queen’, no filme que lhe valeu o
Óscar de Melhor Actriz, enquanto na coutada real meditava sobre a morte da
Princesa Diana.
Aqui, na paisagem campestre inglesa, e ao contrário da
cidade, todos com quem nos cruzámos nos sorriram e trocaram conversas
amigáveis, com o seu sotaque típico do Yorkshire. Tal como em Portugal, nesta
reserva natural vi muitas pessoas a correr, sozinhas ou com os seus cães, a provar
que a corrida está mesmo na moda a nível internacional. E, algo muito comum,
famílias inteiras, cada um com os seus binóculos, a observar as aves. Um
verdadeiro dia ‘very british’.
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