Crónicas de Leeds – Dia 4
O dia de hoje foi passado numa eco-community, ou uma
comunidade ecológica. Neste ‘condomínio fechado verde’ cada família ocupa uma casa
construída com estuque feito de palha, rodeada de várias plantações, de milho a
couve, de cebola a alho francês, para além de um espaço comum, a chamada ‘casa
do povo’, que pode ser utilizada para reuniões, festas ou qualquer tipo de
encontros. Cada família é responsável pelo tratamento da horta numa escala que
roda semanalmente e o próximo passo é a criação de galinhas.
Nesta
eco-community vive uma família portuguesa e fomos lá passar o dia. Estando os
meus amigos longe de Portugal há algum tempo foram várias as perguntas sobre o
país e sobretudo sobre Lisboa. Em poucas palavras mostrei-lhes que Lisboa está
de facto na moda a nível internacional, com muitos turistas mas também com
residentes estrangeiros, e que se sente a multiculturalidade que falta no Norte
de Inglaterra.
Enquanto fazíamos as pizzas para o jantar, feitas com massa
‘dita ecológica’ e preparada à mão, pediram que fizesse de DJ com os mais
recentes êxitos da música portuguesa, bem como recordações dos anos 90. Assim,
entre Ritual Tejo e Oquestrada, Sitiados e António Zambujo, Os Lunático ou
Deolinda, lá ficámos com um gostinho de Portugal que atraiu os outros
residentes da eco-community, todos eles ingleses.
Ficámos juntos até depois das nove da noite, o que para
Inglaterra, sobretudo numa altura em que os termómetros baixam invariavelmente
abaixo dos dez graus, só pode significar que se passou bem a noite.
Em jeito de conclusão, apesar dos vários portugueses que
conheço em Leeds estarem satisfeitos com a vida por cá, sobretudo pela falta de
oportunidades em Portugal, a saudade vive em cada um deles, já não uma saudade
triste e que se lamenta, mas uma saudade alegre e orgulhosa do país que temos.
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