Proscritos
Proscritos
Descaíram braços
ficamos sem contar o resto
que se passou outrora
apagamos traços
ficamos sem notar os vincos
na carne da memória
Já tapamos os quadros
aconchegamos os lençóis
das figuras principais
e beijamos as testas
remetendo p'ra bons sonhos
as lembranças ancestrais
Somos proscritos
senhores da face escura dos sois
já nos quiseram benditos
já nos amaram como heróis
Até já
não suportamos tanto
voltamos já
desarrumados do canto
já é depois
somos os filhos do espanto
já estamos cá
ainda nos resta um encanto
Como demónios vamos
sobrevoando as partituras das cabeças geniais
como toupeiras vamos
adivinhando com angústia os passos débeis e finais
Estaremos já
de pés e mãos atados
a um conforto qualquer
ou então esquecemos
que viver merece a luta
que merece uma mulher
Proscritos, com letra de Luís Represas,
in Luís Represas ao Vivo no CCB, de Luís Represas
2 Comentários:
Lindo!
Luz dourada, se fores quem penso, já há muito ansiava por ti aquilo pelo Tigre. Mesmo que não sejas quem imagino, as boas-vindas, e que seja uma presença para ficar
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