O que se segue?
Ontem, durante a reportagem no Edição da Noite da SIC-Notícias sobre a greve e manifestação no Terreiro do Paço do sector da Justiça, uma funcionária berrava: «Eu quero ter férias quando quiser, eu quero isto, eu quero aquilo, eu quero aqueloutro...!».
É devido a estes funcionários públicos, que não podem ser despedidos por incompetência porque o Estado é o empregador, que a situação caminha para a ruptura. Cada um olha para o seu umbigo, o «eu» é mais importante que o «nós», e o resto do país que se cuide, porque esta senhora quer por quer os seus «privilegiozinhos».
6 Comentários:
A lata dessas pessoas e a lata ainda maior dos sindicatos ´que não só dão voz a esses protestos, como ainda os impulsionam, faz de mim uma pessoa cada vez menos de esquerda militante
Eu não sei o que essa "funcionária" estava a reivindicar, mas por aquilo que dizes no teu post o mais grave era poder ter férias quando quizesse. Ainda não vi onde está o mal dessa reivindicação. O mal está em que os "serviços" não conseguem assegurar o funcionamento dos mesmos por falta dessa "funcionária".
O Estado patrão pôe e dispôe do tempo dos seus servidores como bem entende. Impôe tempos de férias quando quer e os seus servidores só podem dizer amen.
Vê-se mesmo que ainda não conseguiste entrar para esta bela profissão que é ser funcionário público mas com a carreira congelada há mais de três anos, e sem fim à vista para este calvário.
Somos os bodes expiatórios de todos os governos e do público em geral. Eu até me envergonho de dizer o que faço, tal como as prostitutas que se envergonham de assumir a profissão que exercem.
Sou um Técnico Superior com a carreira congelada há mais de três anos, o que quer dizer que só chegarei ao topo da carreira, isto é, acessor quando as galinhas voltarem a ter dentes. Até lá vamos ter de aturar desaforos desses, de amigos e inimigos.
Apetece-me dizer como se diz na minha terra: ddddaaaaaaaaaaaaaaaaasssssssssssss.
Elfo, viva!
Epá, até podes ter razão, melhor, até tens razão, mas a verdade é que a malta nova não viveu e não vive os "previlégios" da tua geração no que toca ao emprego. Sim, comparando com o que se passa nos dias de hoje, podemos falar em privilégios.
A malta, não tem condições para entender como é possível ter direitos, porque isso no que toca ao mercado de trabalho é quase inexistente.
E a verdade é que o sistema de segurança social, como uma vez ouvi ser dito num programa no canal Odisseia, "foi um sistema criado pelas pessoas que agora se estão a servir dele." Fazia muito sentido nessa altura, mas não fará agora com as condições actuais de envelhecimento da população.
Eu concordo com o Pedro, não devem ser só os jovens a pagar a crise da segurança social, porque se tu ainda é provavel que venhas a ter alguma reforma, ainda que mais tarde, pelo contrário eu quase certamente não a chegarei a ter, mas mesmo assim continuo a descontar...
E que dizer da anunciada progressão das carreiras por mérito? Muitas das vezes é tradição dar nota máxima aos funcionários... Por outro, abre-se o espaço ao suborno e à corrupção...
FA
Elfo,
Não é o serem bodes espiatórios, mas antes o tratar-se de um grupo que se recusa a abrir mãos dos seus privilégios. Vem para a rua protestar por causa do aumento da idade da reforma, quando no sector privado já deixou de ser aos 60 anos há um tempinho; fala de reformas e de aumento dos ordenados, quando há pessoa que recebem o ordenado minimo, reformas miseráveis e outras, como nós, que arriscam-se a nem a ter daqui a uns anos. Isso e coisas como a progressão automática de carreira ou o facto de o Estado não pode despedir pessoas que trabalhem na Função Pública são privilégios ridiculos. Em qualquer serviço minimamente competitivo e funcional uma pessoa progride na carreira se e apenas se fizer por isso, não é um dado adquirido e inevitável; em qualquer serviço minimamente competitivo e funcional há sempre a possibilidade de se ser despedido, porque é essa a penalização por não se fazer o seu trabalho. É de admirar a morosidade e laxismo com que os serviços do Estado muitas vezes funcionam?
E quanto às férias...epá, agora que posso comparar as coisas com outro país, uma professora do meu departamento não chega a ter um mês de férias no Verão; em Portugal há quem berre que as quer ter quando lhe apetecer.
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