Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

terça-feira, outubro 18

Saudades de Paris

Tenho saudades de Paris, cidade onde vivi alguns meses. Sinto falta daquele frio cortante, da Tour Eiffel e do seu espectáculo de luzes à meia-noite. Dos edifícios monumentais, dos palácios a perder de vista, do Louvre e do pôr-do-sol. Tenho saudades do Quartier Latin e do seu ambiente cosmopolita e internacional. Do Marais, onde a cada esquina se esconde um museu. Recordo o bairro judeu, recheado de restaurantes, sinagogas e lojinhas. Vem-me à memória a imponente Avenue Foch, perto de onde trabalhava, talvez a avenida mais bela do mundo. Faz-me falta o Arc de La Defense, a Ópera clássica e a Ópera de la Bastille, a Place de la Concorde, os Jardins do Luxemburgo e os lagos congelados de Versailles. Ou ainda da mágica Place des Vosges, com concertos de música clássica pelos alunos do Conservatório debaixo das arcadas. E muito, muito mais.

Sinto falta do atelier gigantesco da Gloria da Colômbia, onde se restauravam livros antigos ao som de elefantes asiáticos. Recordo as sextas-feiras mensais em casa da Lily do Senegal, onde num ambiente de união se reuniam franceses, ingleses, americanos, portugueses, espanhóis, colombianos, japoneses, alemães… Lembro-me do apartamento/palácio do Alexandre, na Avenue du Faubourg de Saint-Honoré, a rasar os Champs-Elysées, onde os jovens franceses de Paris passavam tardes de dolce fare niente.

Mas tenho saudades sobretudo da Île-de-Saint Louis, onde morava. Uma ilha que nos transporta para a Idade Média, para uma civilização à parte. A tranquilidade impera naquela minúscula ilha, tipicamente parisiense, de onde somos vigiados por Nôtre-Dame por um lado, o Louvre e o Hôtel de Ville (Câmara Municipal) por outro, ou pelo Instituto do Mundo Árabe e pela parte industrial de Paris em Bercy na parte este. A Pont Marie e a Pont Louis-Philippe levavam-nos de volta à cidade.

Faz-me falta sentar-me no «meu» banco, de olhos postos nas águas do rio Sena, onde passava horas ao Domingo, numa calma intensa. Faz-me falta Paris.

4 Comentários:

Às 4:58 da tarde , Blogger Marco Oliveira disse...

E as Francesas?
:-)

 
Às 6:50 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Também eu tenho do tempo que lá estive e de me perder no meio daqueles bairros nas manhãs de sábado (se não tivesse havido noitada claro) :)

 
Às 9:02 da tarde , Blogger Luz Dourada disse...

Comigo passa-se o contrário...como fui muito infeliz em Paris, não tenho saudades.

 
Às 11:50 da manhã , Blogger Héliocoptero disse...

Eu tenho a impressão que daqui a um ano, quando a Suécia já estiver para trás, vou sentir qualquer coisa do género..., mas só qualquer coisa: afinal vou estar junto dos meus amigos :)

 

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