Soares já não é fixe?
Miguel Sousa Tavares, na maratona eleitoral de domingo na TVI, disse o que muitos já pensaram sobre a candidatura presidencial de Mário Soares: que desista em prol de Manuel Alegre, unindo a esquerda, redimindo-se do acto deselegante para com o seu amigo e camarada de longa data e, sobretudo, poupando-se a uma derrota que poderá empalidecer a sua longa e valiosa carreira política.
As premissas que apresentou para o seu avanço para Belém (parte III), nomeadamente a de impedir uma entronização monárquica do agora sebastiânico Cavaco Silva, parecem não mais existir.
Mesmo o factor «Soares em campanha», que tantas vezes pareceu inverter lutas perdidas (como em ’86, na corrida à Presidência com Freitas do Amaral), não deverá agora resultar. A campanha terra-a-terra parece ter perdido sentido, Mário Soares tem mais 20 anos do que na altura e a excessiva colagem da candidatura ao PS são obstáculos aparentemente intransponíveis.
Com a entrada (finalmente) de Cavaco na corrida os dados podem alterar-se, pois o silêncio só tem protegido e beneficiado o antigo primeiro-ministro.
2 Comentários:
Acho que ele não teria querido apresentar-se mais uma vez a eleições, mas o Partido pô-lo entre a espada e a parede...
Não gostei! Não acho que a política tenha que fazer coisas destas e colocar o Manuel Alegre na situação que ficou! Isto não se faz! Seria bom que o Soares repensasse a sua posição e declarasse que apoiavo Manuel Alegre, talvez uma das referência do PS autêntico. Se estão à espera da 2ª volta para fazer isso e unir a esquerda, na minha opinião, vão acordar tarde...
De qualquer modo, devo dizer que não me incomoda nada esta Eleição...
O Presidente é só o Presidente; as minhas preocupações situam-se ao nível de quem governa mesmo e aí espero que o PS tenha tirado algumas conclusões sobre o que aconteceu nas autárquicas...
O meu voto não vai ter de certeza! E se tiver que escolher entre ele e Cavaco limito-me a votar em branco.
Começou mal pela delegância e pelo jogo viciado que revela, já que uma campanha presidencial parte de cidadãos individuais e não de partidos. E estamos numa democracia, bolas!, existe uma coisa chamada rotatividade do poder; só numa oligarquia é que ele roda entre os mesmos. Soares já lá esteve, tens mais é que dar o lugar a outros e esquecer esta ideia ridicula de uma campanha em que o que não falta é entronização sebastianista: é o ex-presidente de volta ao cargo por apelo popular, para a salvação da Nação....yeah, right!
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