Quarto branco sem paredes
Sento-me na banheira, pernas dobradas, joelhos encostados ao peito. A água quente corre como um rio descontrolado, o fumo enevoa a casa de banho. Sinto-me protegido, eu que nunca achei que precisasse de protecção.
«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector
4 Comentários:
Todos nós precisamos, mon chér...Aliás, tu foste a minha naquele late night freakshow no São José. É tão bom encaixarmos num abraço! ;)
calma, rapaz, é mesmo assim, os processos de crescimento passam por introspecção, solidão, e banhos quentes... :)
py
Easy!
Então e onde andava o teu telemóvel, rapaz? Tinhas medo de morrer electrocutado se telefonasses ao bud directamente da banheira?! =)
U know joon, aquele abraço apertado mora cá sempre. Mas entre a praia, o sol e o banho quente, we manage that... E sim, grande abraço, apertado. =D
Solidão
Máquina do tempo, parada, esquecida de p'ra todos, não p'ra mim;
Sólida, soberba e absurda que para todos
andas;
E quando de longe me vês, ficas assim.
Neste rincão da angustia em que me enfias;
Soprando lá por cima só p'ra ti;
Desejas que os fantasmas que me empurram;
Dancem macabras danças de Arlequim.
Só, noite dentro, muito só, cachimbo
solitário;
Que entristece a própria noite que parece não ter fim.
No meio a tanta gente e estar só.
No meio da alegria só tristeza;
Na nostalgia louca, embriaguês inebriante do enlevo;
De montanhas e de rios separados.
Oh ! Orgia louca de frieza.
Só!, frio que remexe o coração;
D'uma Sibéria que desceu até aqui;
Para me dar um mensagem: SOLIDÃO!
Solidão de não estar só, mas só parado;
De tudo o mais e não da Criação;
De horizontes sem fim, e só um prado;
Engoliria de vez a imensidão;
Deste vazio e frio como aço;
Consistente de amor, de paz, de ligação!
Do meu livro"Pedaços de Honra", que se Deus quizer estará à venda na Convenção!
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