Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

segunda-feira, abril 23

Lápis de carvão

Deixámos de escrever cartas. Trocámos (e trocamos) os lápis e as canetas por teclas todas iguais em todas as partes do mundo. Não cheiramos o papel nem sentimos a textura das linhas. O que nos escrevem agora num e-mail parece não ter o mesmo valor da expectativa, de algo que foi feito só para nós. Um «a» num teclado é sempre igual, sempre. Um «a» desenhado a lápis é sempre diferente, não há dúvidas sobre isso.
Num das últimas festas onde fui os donos da casa distribuíram postais com a morada já preenchida para que lhes enviássemos de volta, pelo correio, devidamente preenchidos. É um começo, um bom começo.

4 Comentários:

Às 3:51 da tarde , Blogger VIAJANTE DO MAR disse...

Olá
Há quanto tempo não passava por aqui... já tinha saudades!

Apesar de gostar de escrever no computador, por vezes sinto falta do cheiro das folhas e do toque das canetas!

Abraço

 
Às 5:08 da tarde , Blogger nina disse...

Concordo. Uma carta com verdadeiro cunho pessoal, caligrafia, tinta, sem copy and past and FW, a expectativa de romper o envelope e descobrir as novidades que por lá se escondem! Isso sim tem muito mais valor, porque é única e foi feita para (e só) para nós.

 
Às 12:28 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Ainda ontem dei comigo a pensar que tinha saudades de receber uma carta... gosto tanto!

Ir à caixa do correio e encontrar uma carta escrita especialmente para nós não tem explicação...é único

Mas enfim...tempo modernos as pessoas parecem já não ter tempo para parar e escrever...

É pena!

***
Dark Moon

 
Às 8:17 da tarde , Blogger MF disse...

O curioso é que a paixão inicial com o computador foi o facto de teclar textos. Adorava aquilo. Depois da escrita se ter tornado automática, em que nem olho para o teclado, comecei a gostar cada vez mais de escrever à mão.

Conta-me lá, sábio Tigre, se será traição ter as duas paixões? É que não raras vezes estou com uma perto da outra...

PS
Essas festas podem ser mal frequentadas... Mas, já agora, traz-me outra bohemia, sff

 

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