Vida
I'll tell you this
No eternal reward will forgive us now for wasting the dawn
Jim Morrison
Muitas vezes dou por mim a pensar, e com cada vez maior frequência ultimamente, sobre o propósito da vida e sobre a forma como a organizamos. Existimos para sobreviver, como meros animais não racionais, trabalhamos cinco dias em sete (alguns mais que isso), empenhamos a maior parte do nosso tempo em actividades extenuantes, mecânicas, esgotantes, tudo para ganharmos uns trocos ao final do mês que nos mantenham à tona da água. Vivemos quantitativamente para satisfazermos as nossas necessidades materiais, a comida no restaurante, a lista no supermercado, a conta da água, da electricidade e afins, a gasolina e as milionárias inspecções e revisões, a roupa, etc. e tal. E onde entra o prazer da vida? As necessidades sensoriais? O gosto de viver por viver? São poucos os momentos que temos disponíveis para o fazer, vividos intensamente e de forma quase louca e desenfreada, como se fossem os últimos de uma saga que nos parece sempre curta de mais.
E por isso vivemos desequilibrados. O material, enfadonho, longo, arrastado, contrasta violentamente com o sensorial, sem limites de tempo, ou espaço, ou consciência, ou do que quer que seja. E o resultado só poder ser um: o esgotamento, a luta entre duas faces tão distintas que quase se afogam e destroem mutuamente.
Caminhamos para o abismo? Talvez. Penso que temos de refundar o nosso modo de vida, sob pena de termos robots no trabalho, espartilhados, personalidades anuladas e insípidas, e seres transgressores no campo sensorial, sem noção do meio, princípio ou fim.
3 Comentários:
Pois... Se calhar a teoria do meu amigo espanhol segundo a qual temos de encarar o trabalho como uma espécie de prostituição não está tão errada quanto isso. O problema é que isto é tão mais dificil quanto maiores eram as nossas expectativas, sonhos e ambições.
Esse pensamentos pairam todos os dias na minha mente quando vou para o trabalho e penso na rotina nos dias... filas, sinais vermelhos, horários, prazos...
Para mim a vida não é de todo isto...mas a verdade é que dou por mim a fazê-lo.
Onde está a espontaniedade?
A espontaniedade que nos faz sentir bem, mesmo que fazamos coisas ditas de miudos?
Viver
Intensamente
Desperta o
Amor
Beijos,
Dark Moon
Errata: onde está fazamos deverá ler-se façamos...
Bj,
Dark Moon
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial