O topo dos edifícios
Reparei no outro dia que quando vou pela cidade, de carro ou a pé, não olho para o céu nem para o topo dos edifícios. Se calhar é para não ir contra os postes, como no outro dia quando me ria às gargalhadas e nem olhava por onde andava…
Vou muito concentrado a olhar em frente, a reflectir, a planificar o que vou fazer, a meditar sobre o que se passou, sobre o que me disseram ou sobre como reagiram perante determinada situação.
Ou então vou a olhar para as pessoas que passam. Gosto de observar, de analisar, de fazer cenários sobre o que os outros andam a pensar. Porque estão tão apressados? Porque estão com aquela expressão perdida? Para onde vão tão arranjados?
E não olho para cima. Mas uma rápida mirada permite perceber que os nossos prédios estão velhos, sujos, esquecidos e ignorados por quem de direito. É uma pena olhar para os prédios de Lisboa e ver fachadas encardidas, escuras e sombrias. Andares vazios, janelas escancaradas para o nada, vidros partidos. Põe-nos mais tristes e macambúzios, fechados connosco mesmo.
Venham os prédios amarelos, cor-de-rosa, azuis, as cores pombalinas com que o Marquês deu nova vida à cidade depois do terramoto. E venha também a já muito falada candidatura da capital a património mundial da Unesco. Mas para isso é preciso arrumar bem a casa primeiro.
1 Comentários:
Aqui sim... estamos de acordo, venham as cores que o Marquês nos brindou, venha aquela Lisboa que em tempos apregoava "cheira bem, cheira a Lisboa", venha o bom gosto e gosto lusitano.
Abraço
T.A
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