Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

sexta-feira, janeiro 16

Era uma vez

Era uma vez uma princesa que apesar de ter tudo o que alguém pode desejar faltava-lhe algo mais precioso. Um grande amor para o resto da vida. A princesa procurava e procurava e procurava e apesar de conhecer pretendentes perfeitos nenhum deles passava no teste das flores. Nenhum presente deixava a princesa mais contente do que um ramo de flores. Já avisados, todos os rapazes que convidavam a princesa para jantar levavam um ramo de flores. Rosas, orquídeas, margaridas, malmequeres, a princesa já tinha recebido todas flores que há no mundo. Mas todas elas, ao fim de cinco dias, murchavam. A princesa acreditava que o pretendente ideal, o futuro príncipe, seria aquele que lhe oferecesse um ramo de flores que nunca murchasse, pois isso representava o amor que os uniria, e que nunca morreria. Um dia a princesa foi jantar com o conde da praia dourada, que a presenteou com um ramo de jasmim. Ao quinto dia as flores continuam vivas, cheias de cor e de cheiro. Passou o dia 6, o 7, o 8 e o 9. E o 24, e o 35, e 78. Até que a princesa percebeu que a busca tinha chegado ao fim, casou-se com o conde da praia dourada, e viveram felizes para sempre.

8 Comentários:

Às 8:29 da tarde , Blogger Sof disse...

glup

 
Às 4:05 da tarde , Blogger Sofia disse...

...

Pois... Só faltaram aqui as túlipas ;) Mas gostei!

 
Às 12:34 da tarde , Blogger anDrEIA disse...

Ora ai está algo que muita gente procura: "um grande amor para o resto da vida"! Diria que me revejo nesta personagem, contudo não sou obcecada por flores :)
E não consigo deixar de achar piada ao nome de Conde da Praia Dourada, mm a si, Rodrigo! eheheh

 
Às 11:13 da manhã , Blogger il lato nero disse...

Eu sou a princesa!!! E essa das flores q nunca murchassem significa os meus parâmetros impossíveis de encontrar num comum mortal. Pode ser q um dia apareça o meu Conde. Pouco provável, mas há q não perder a esperança.

 
Às 2:11 da tarde , Blogger Sof disse...

E eu a pensar que era a única...

Tenho saudades tuas meu amor de Lisboa!

 
Às 12:43 da manhã , Blogger VAP disse...

Até pensei que ao 78º dia o Conde da Praia Dourada já tivesse batido a cassoleta.
Também pensei a meio da história que ia receber um ramo de flores plásticas, tipo tupperware, mas o narrador optou por jasmim..
Por mim, prefiro jasmim, é que assim como assim, não sou Princesa!

 
Às 11:10 da tarde , Blogger MN disse...

Pois era uma vez uma pequena aldeã que nunca pensara receber um único presente de nenhum camponês. Todos os dias falava com todos os que poderiam ser seus pretendentes, sem pensar no que poderiam vir a ser. Bastava-lhes o sorriso, o prazer da conversa.
Como era infantilmente pobre, não pusera nenhuma fasquia futura e ia vivendo alegremente o desabrochar das flores e também o seu murchar. Brincava com as cebolas das rosas e soprava os dentes de leão com a mesma facilidade com que desbaratava o seu sorriso.
Mesmo que a pequena aldeã fosse colhida pela morte, ou morresse sem desabrochar, sem ser transplantada para outro quintal... Mesmo que não soubesse nunca o que era o amor, aproveitara cada minuto, cada sorriso, cada alegria e tristeza dos camponeses pelo presente que eram. E não pelo futuro que prometeriam vir a ser.
E por isso, morreria feliz.


Tristes das princesas que procuram eternizar o que apenas dura um instante. E desgraçadas daquelas que se colocam uma condição inalcançavel.

 
Às 11:11 da tarde , Blogger MN disse...

Pois era uma vez uma pequena aldeã que nunca pensara receber um único presente de nenhum camponês. Todos os dias falava com todos os que poderiam ser seus pretendentes, sem pensar no que poderiam vir a ser. Bastava-lhes o sorriso, o prazer da conversa.
Como era infantilmente pobre, não pusera nenhuma fasquia futura e ia vivendo alegremente o desabrochar das flores e também o seu murchar. Brincava com as cebolas das rosas e soprava os dentes de leão com a mesma facilidade com que desbaratava o seu sorriso.
Mesmo que a pequena aldeã fosse colhida pela morte, ou morresse sem desabrochar, sem ser transplantada para outro quintal... Mesmo que não soubesse nunca o que era o amor, aproveitara cada minuto, cada sorriso, cada alegria e tristeza dos camponeses pelo presente que eram. E não pelo futuro que prometeriam vir a ser.
E por isso, morreria feliz.


Tristes das princesas que procuram eternizar o que apenas dura um instante. E desgraçadas daquelas que se colocam uma condição inalcançavel.

 

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