Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

terça-feira, novembro 6

Palavreando sem sinais de trânsito

Tenho sido protagonista de algumas discussões nos últimos tempos. Ando mais irritado? Sim. Mais desiludido? Também. Menos tolerante? É provável. Impaciente? A paciência sempre foi a virtude que mais tive que desenvolver. Muitas destas discussões devem-se a mal-entendidos, a pequenos nadas que alimentados pelo silêncio das não-palavras se tornam em gigantescas bolas de fogo difíceis de apagar. Dá-me ideia que cada vez menos nos pomos em causa, quase nunca duvidamos das nossas interpretações e livremente, conforme o estado de espírito, escrevemos a peça de teatro da vida sem reflectirmos sobre as outras personagens que não nós, que somos o protagonista. O guião, as atitudes e o destino dos actores é decidido a priori por nós, sem verificarmos com eles se as coisas de facto se passam como as dispusemos no nosso xadrez cerebral. Resultado? Verdades absolutas, certezas inabaláveis, discussões sem sentido e zangas que podem ganhar raízes e tornar-se infinitas.

1 Comentários:

Às 3:17 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Parece-me que estás ansioso, nervoso, ou desiludido com qualquer coisa. Que não vem da tua relação com os outros, pois não há razões para esses mal entendidos existirem. Quando essas discussões ocorrem é porque tu estás triste ou desiludido contigo próprio.
Para encontrares a tal paz com os outros, tens primeiro de a encontrar dentro de ti.

 

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