Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

quarta-feira, fevereiro 8

Gestos que fazem pensar

No outro dia no metro aconteceu uma situação que me deu que pensar. Estava eu sentado, perdido nos pensamentos, quando entra o já tradicional cego (será?) e o clássico «tenha bondade de me auxiliar». Todos nós, passageiros, virámos a cara e ignorámos o suposto invisual. Nada de especial ou invulgar. A certa altura a mulher que estava sentada à minha frente começa a remexer na mala à procura de uma moeda, a pedido do homem que estava de pé a seu lado. Lá a encontrou e a deu ao homem, que rumou ao cego. Ao longe, com uma expressão de orgulho na face, a mulher olhava. Percebeu-se que eram mãe e filho, provavelmente da Europa de Leste, notoriamente sem muitas posses. Mas isso não os impediu de serem solidários.

Acontece também é que porventura ainda não se aperceberam da fraude que são estes supostos cegos que enxameiam o metropolitano de Lisboa.

De uma forma ou de outra, esta mãe e este filho ainda conservam a inocência e a ingenuidade.

1 Comentários:

Às 4:11 da tarde , Blogger Luisa Seabra disse...

por acaso não acho os cegos do metro uma fraude...são cegos!Onde está a fraude nisso? Consigo imaginar a dificuldade q será não conseguir ver...fraudes são aqueles q andam a pedir para o alcool, para a droga, etc...a esses não dou um tostão! e se me disserem q é pq estão com fome, ofereço-lhes o q comer, arriscando-me a levar com uma resposta menos simpática.
Eu sei q não conseguiria viver sem um dos meus sentidos, principalmente a visão e a audição.E levo as mãos aos céus por ter tido a sorte de os ter a funcionar (não a 100%, mas pelo menos o suficiente, eheheh)
Pedro, há realmente fraudes entre os pedintes, mas não acredito q os cegos sejam uma delas...

 

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