Marginaliza-me
Caminho do Guincho para Lisboa. Desta vez não sou eu que guio. Perco-me então a olhar o horizonte. Cada pedaço deste percurso sou eu. O azul intenso e ondulante do mar. Os carris de ferro duros e sólidos. As árvores e arbustos que escondem e recortam a paisagem. As pessoas nas praias no último mergulho do dia. Os barcos perfeitamente ordenados nas baías. O forte do Bugio. O repuxo de Oeiras. Os gelados do Santini. Os faróis. As rochas da Estrada da Guia. A areia fina do outro lado do rio quase mar. Mas sobretudo o charme da Marginal.
Há uma energia que não se explica nestes quilómetros até Lisboa. Palco de lágrimas e muita reflexão de madrugada a sós no carro. De muita festa, cantorias e saltos de tarde com os amigos. De conversas intimistas e sensoriais ao fim da tarde. De planos e meditações pela manhã. A Marginal parece indicar-nos o rumo a seguir, mesmo que todos os dias e em todas as alturas o caminho seja sempre o mesmo.
Como pensar viver fora de Lisboa ou passar muito tempo longe disto, disto que somos nós, que sou e que és tu?
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