Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

quarta-feira, maio 21

Hoje no DN

Gene de tigre-da-tasmânia regressa à vida em ratos

ADN de espécie extinta nunca tinha sido usado assim

Não estamos no Jurassic Park dos tigres-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus) - não se trata de reconstituir animais de uma espécie já extinta, à maneira de Spielberg. Mas a ciência acaba de dar mais um passo e de produzir uma nova estreia, em que genes daquela espécie já extinta funcionaram sem problemas em embriões de ratos.Um grupo de investigadores australianos e dos Estados Unidos introduziu genes seleccionados, retirados de tecido celular de um tigre-da-tasmânia conservado num museu, em embriões de rato e conseguiu que eles se expressassem no organismo vivo, induzindo o crescimento de cartilagens precursoras dos ossos.

Os resultados desta pesquisa, publicados esta semana na revista científica PLoS ONE, mostram que o gene Col2a1 da espécie extinta tem uma função idêntica ao gene congénere do ADN do rato, também designado Col2a1, que é responsável pelo produção e crescimento dos ossos e cartilagens durante no desenvolvimento embrionário."Esta foi a primeira vez que se usou ADN de uma espécie extinta para induzir uma resposta funcional num organismo vivo", afirmou Andrew Pask, investigador do departamento de zoologia da universidade de Melburne (Austrália), e o líder da equipa que realizou a experiência. "Até agora", sublinhou, "só tínhamos conseguido isolar e estudar sequências do património genético de espécies extintas". Para Pask, o trabalho poderá também ser vital para evitar a perda irreparável de novos conhecimentos sobre a função de genes, "uma vez que cada vez mais espécies estão a extinguir-se".

O último tigre-da-tasmânia vivia em cativeiro no jardim zoológico de Hobart, na Austrália, em 1936. Este marsupial carnívoro e bastante exótico foi caçado até à extinção, na viragem para o século XX, na região australiana que lhe deu o nome: a Tasmânia. Valeu aos investigadores que fizeram esta experiência existirem amostras de tecidos desta espécie bem conservadas em vários museus do mundo.

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