Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

terça-feira, dezembro 20

Reinventar o Homem

Hoje participei num Fórum sobre Educação e Cultura Online na Universidade Nova de Lisboa.

Falou-se de muita coisa mas retive alguns conceitos nos quais já vinha pensando há muito tempo.

Um dos pontos de referência sempre que se fala de cultura online é o e-book, ou livro electrónico. Significará ele o fim do livro em papel, tal como o e-mail significou o fim da carta postal? Espero sinceramente que não. Um livro em papel, para além de fornecedor de informação e de entretenimento, de ponto de partida para o mundo mágico da imaginação, é também uma obra de arte, um amigo, algo de palpável, que deve existir de facto, e não uma realidade virtual. É minha esperança que nunca venha a acontecer o fim do livro-papel, e a dar-se esse trágico evento, que eu já não esteja cá para o ver...

Sobre as vantagens do e-book falou-se do facto de ser mais ecológico. Errado a meu ver. O papel recicla-se, transforma-se. Os computadores e restantes hardwares até ver não. E são muito mais poluentes.

Um dos oradores falou igualmente do conceito de PC, ou computador pessoal, e sublinhou que era algo que era parte do seu corpo, como uma extensão de si mesmo. Mas que sociedade é esta, a ocidental, em que se considera que um computador é a continuação do ser? Que modelo é este em que o emprego comum passa por estar horas e horas em frente ao ecran do computador? Estamos a perder o nosso carácter mais animal, mais puro, mais próximo da Natureza. Sinais do tempo... É preciso reinventar o Homem, olhar para as civilizações antigas, olhar para as tribos de África, para o misticismo da Ásia, para os índios da América do Sul e para os aborígenes da Austrália.

3 Comentários:

Às 9:10 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Pois é... :-(
Grande crise que o mundo está a viver!
Será que neste filme serão as "forças do bem" que vão triunfar? É que não parece, as trevas (desumanização) governam este mundo a belo prazer, como é que vamos virar daqui para o final feliz?!

 
Às 10:31 da tarde , Blogger Dad disse...

Não é preciso sabermos estabelecer limites para tudo? Evitar a nossa própria robotização???

 
Às 1:27 da manhã , Blogger Hyaat disse...

Acima de tudo o que me preocupa neste mundo é um ciclo vicioso com contornos perversos em que estamos inseridos, no qual o principal motor é o dinheiro. De forma resumida, as empresas são detidas por accionistas. Os accionistas, que têm como objectivo a rentabilização máximo do seu dinheiro, aplicam o seu dinheiro nas empresas que mais retorno lhes possa trazer. As empresas, como necessitam de se financiar para desenvolverem a sua actividade, procuram atraír os accionistas, e para que isso aconteça têm que ser mais rentáveis que as demais. Para serem mais rentáveis que as demais precisam de ser mais inovadoras e mais produtivas. A produtividade significa fazer mais com menos, e acaba por se refletir em grande parte na necessidade de as pessoas serem mais eficientes nas suas tarefas diárias. Isto coloca nos trabalhadores fasquias cada vez mais elevadas relativamente ao seu desempenho e imprime uma pressão cada vez mais elevada e um nível de stress cada vez maior.
O Homem dos dias de hoje valoriza o dinheiro de uma forma demasiado irracional e é o principal culpado pela situação em que se encontra. Só quando o Homem perceber que o dinheiro é acessório e que existem valores muito mais valiosos é que vamos alcançar novamente a paz de espírito e eliminar o stress das nossas vidas

 

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