Conversas improváveis
No outro dia diziam-me que os portugueses foram colonizadores diferentes de espanhóis, franceses, ingleses ou holandeses. Que deixámos saudades, que sempre nos portámos bem, que deixámos obra feita e que nos preparámos para ficar, transformando a colónia e criando condições como se da metrópole se tratasse. Histórias da carochinha?
3 Comentários:
Ou do Capuchinho Vermelho...
Visão de um produto do colonialismo (de quem beneficiou):
Não sei se será uma história da carochinha...mas é uma história que é comum sair da boca dos portugueses, em geral. Acho que se foi tornando, infelizmente, num “mito nacional” baseado num discurso muitas vezes alimentado pelos nossos políticos e que nós fomos aceitando com agrado. Um discurso de portugueses para portugueses. Para nos sentirmos bem quando nos comparamos com outros povos “mais fortes” e “mais ricos” como os ingleses, os franceses ou os espanhóis. Uma forma de dizer: “sim, eles são mais ricos mas foram uns grandes sacanas colonialistas enquanto nós não..pobres mas sempre tratamos todos muito bem nas colónias”. Mas esquecemo-nos do nosso passado com o comércio de escravos, dos nossos sanguinários conquistadores ou do modo como foram tratados os povos locais, i.e., como cidadãos de segunda.
A verdade é que raramente procuramos ouvir (ou ouve-se) as vozes daqueles e daquelas angolanos/angolanas, moçambicanos/moçambicanas ou guineenses que viveram sob o colonialismo português. A história que falta conhecer melhor é essa e não me parece que será da carochinha. Mas será que queremos mesmo conhecê-la? Será que queremos desafiar a nossa identidade de “povo de brandos costumes”, criador “da mestiçagem” ? Será que temos mesmo, como diz o filósofo José Gil, “medo de existir”?
Do blog de uma grande amiga angolana:
http://koluki.blogspot.com/search/label/COLONIALISM
http://www.petitiononline.com/mod_perl/signed.cgi?port2009
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