Tigre da Tasmânia

«Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida» C. Lispector

segunda-feira, março 30

201, 402

Os dois últimos livros que li tinham exactamente o mesmo número de páginas. "A Caça ao Meteoro", de Jules Vernes, e "Olhos de Cão Azul", de Gabriel García Márquez. O tamanho podia variar, tendo em conta a altura da letra, o comprimento das páginas, etc. Mas neste caso o número era o mesmo. 201. Olho sempre para o número de páginas, várias vezes antes de terminar ou sequer comprar. Não que seja uma obrigação ler um livro, pelo contrário, mas talvez para fazer um cálculo sobre as letras que vou ler. E pensar a cada dia "ainda faltam x" (quando é um livro chato) ou "já só faltam y" (quando se trata de um livro viciante.

Lembro-me de quando terminei as mais de 1200 páginas dos "Miseráveis" e fiquei triste, mas também me lembro de outros pequenos livros que levaram eternidades de cumprir.

Porque um livro é também um acto de cumprição (se é que a palavra existe). Os abandono um livro ao final de poucas páginas mas, quando isso não acontece, obrigo-me a ir até ao fim.

Neste caso foram 201, 402 no total, sem qualquer penúria.

terça-feira, março 17

Gremlins e anjos

Quando entramos num carro parece que nos tornamos animais. Daqueles bem feios, com várias filas de dentes, que rosnam à mínima coisa e cheiram mal. De sujeitos calmos, que contam umas piadas de vez em quando e que andam de sorriso no rosto aparvalhado à beira-mar transformamo-nos em gremlins mauzões.

Queremos ser os mais rápidos, aqueles que chegam primeiro, aqueles que arrancam antes de todos, aqueles que picam quem vai à frente e gozam com quem vai atrás.

De onde vem este bichinho idiota, este síndroma do condutor estúpido é que já não sei. O que sei é que a porta do carro é a fronteira bem definida do grotesco, anjos antes, diabos depois.

E para quê? Para fazermos figuras de anormais, como se fosse uma necessidade humana ser mais ridículo do que o próximo.

Não ando

Não ando a escrever tanto como era costume.
Não ando a escrever tanto como desejava.
Não ando a escrever tanto como as coisas em que penso.
Não ando a escrever tanto as coisas que imagino.

Mas penso no papel, na caneta e no que escrevo na imaginação.

segunda-feira, março 16

Super cool

É disto que precisamos todos os dias

http://www.youtube.com/watch?v=VQ3d3KigPQM

quarta-feira, março 11

Verdes

E continuando com o caminho para o emprego... Reparo também nas hortas na curva de acesso ao IC19. Alfaces e outras verduras, todo o dia, todos os dias, pintalgadas com os escapes dos automóveis. E ainda espantalhos, cercas e alfaias, como se de uma verdadeira horta no campo se tratasse.

Ao menos é um pouco de verde, no meio de todo o betão.

Seis

Fui desafiado pelo Sofia Vai-se Lá para esta coisa sem graça nem jeito nenhuns! Mas vou fazê-lo!

Ora bem, o blog que me contemplou com este precioso prémio foi
  • Sofia Vai-se Lá
  • .

    O desafio consiste em:

    1. Linkar o blog que me deu o "prémio".

    2. Escrever as regras no meu blog.

    3. Contar 6 coisas aleatórias sobre mim.

    4. Indicar mais 6 blogs.

    5. Comentar o blog de quem escolher.

    6. Deixar os indicados saberem quando eu publicar o meu post.



    Ora então cá vão as 6 coisas, actos ou omissões:


    1. Tento ir três vezes por semana ao ginásio. Já que me rendi e ando a pagar bem tento usufruir ao máximo. E já houve semanas em que fui cinco vezes em cinco dias. Já lá vão seis quilos, para depois desaparecer da face da Terra.
    2. Ando sempre com um livro atrás, para ler quando calhar, nunca se sabe quando.
    3. O Sebastião está sempre a insistir para ir para a varanda mirar os cães que passam na rua mas nunca deixo porque ele transforma aquilo numa casa de banho privada.
    4. É Março e já estou bronzeado como se fosse Verão. Os antigos colegas do Rádio Clube até dizem "Há coisas que nunca mudam". E os novos da TVI vão-se habituando.
    5. Tenho paranóia de furar pneus. Estou sempre a olhar para eles quando me dirigo ao carro, durante a viagem espreito quando posso e quando estaciono a mesma coisa. E ontem lá furei mais um. É karma.
    6. Porque é que no Carnaval me convenceram a vestir um fato para 16 anos? Não sei. Mas lá que deu para rir deu.

    Agora os seis blogs a quem vai sair a rifa...

    Ah! Ainda tenho suspostamente que comentar os blogs e não sei quê! Só meninas.

  • La Luna Nera

  • Inês aos trambolhões

  • Rita Matutano

  • Safira

  • Happy Annie

  • Muitas Coisas
  • sexta-feira, março 6

    Na esteira

    Todos os dias, de manhã bem cedo, a caminho do trabalho, um senhor igual a tantos outros, sem nada que o distinga de ninguém, está na beira da via rápida, faça chuva faça sol, calor ou frio. O que faz ali não sei. Ninguém espera uma boleia numa estrada em que os carros passam a correr e não podem parar. Para observar o trânsito também me parecem haver sítios mais agradáveis. E para passar o tempo há também coisas melhores para fazer, nem que seja contar carneirinhos.

    E é assim, todos os dias, que por uns minutos penso na vida deste senhor, que sem eira nem beira está na beira da estrada.

    Away From The Sun

    It's down to this
    I've got to make this life make sense
    Can anyone do what I've done
    I missed life
    I missed the colours of the world
    Can anyone go where I am

    'Cause now again I've found myself
    So far down, away from the sun
    That shines into the darkest place
    I'm so far down, away from the sun again
    Away from the sun again

    I'm over this
    I'm tired of living in the dark
    Can anyone see me down here
    The feeling's gone
    There's nothing left to lift me up
    Back into the world I've known

    'Cause now again I've found myself
    So far down, away from the sun
    That shines into the darkest place
    I'm so far down, away from the sun
    That shines the life away from me
    To find my way back into the arms
    That care about the ones like me
    I'm so far down, away from the sun again

    It's down to this
    I've got to make this life make sense
    And now I can't do what I've done

    And now again I've found myself
    So far down, away from the sun
    That shines the life away from me

    'Cause now again I've found myself
    So far down, away from the sun
    That shines into the darkest place
    I'm so far down, away from the sun
    That shines the life away from me
    To find my way back into the arms
    That care about the ones like me
    I'm so far down, away from the sun again

    3 Doors Down